quinta-feira, 30 de setembro de 2010

A ASTROCARACTEROLOGIA



A psicologia vem redobrando os seus esforços na tentativa de desvendar esse território complexo e misterioso chamado de “alma humana”. No seu percurso atual, o entendimento dos processos cognitivos, bem como da formação da consciência individual, se tornaram tópicos recorrentes e fundamentais. Afinal, passou-se a acreditar que boa parte dos nossos dramas e nossos complexos são determinados por distorções que se operam na esfera da nossa inteligência, fazendo com que, por conseqüência, nos relacionemos com o mundo, com as pessoas e com a sociedade de maneira inadequada e imprópria.

Várias contribuições foram feitas neste sentido, como, por exemplo: Piaget e a teoria da Assimilação e Acomodação; Viktor Frankl e a Logoterapia; Arthur Janov e a teoria dos Eventos Primais; William Stern e sua Psicologia Cognitiva; Gordon W. Allport e sua noção de proprium; Ludwig Klages e sua noção de caráter; Maurice Pradines e as relações que este estabelece entre consciência e espírito. No panorama da psicologia atual, as teorias sobre a qualidade e a natureza das inteligências pessoais despertaram também enorme interesse: Howard Gardner e a Teoria das Inteligências Múltiplas; Daniel Goleman e a Teoria da Inteligência Emocional.

A Astrologia não poderia deixar de dar a sua contribuição à este tema visto que em plena Idade Média os planetas astrológicos já eram associados às faculdades cognitivas, tal como podemos depreender da obra do filósofo árabe Mohieddin Ibn’ Arabi e dos estudos que Alberto Magno desenvolveu sobre o funcionamento da alma, ambos realizados no século XIII. Aliás, foi partindo destas premissas e da noção de caráter definida por Klages como direção da atenção (1940) que se construiu uma teoria extremamente original, a Astrocaracterologia[1], proposta pelo filósofo Olavo de Carvalho em torno de 1989 e que se constitui propriamente numa Teoria Astrológica de Fundamento Cognitivo.

Esta teoria revela a associação existente entre o mapa astrológico e a estrutura cognitiva individual, tornando-o um instrumento valioso para fazer aquilo que chamamos de mapeamento cognitivo pessoal. E é este “mapeamento” que nos permite diagnosticar as direções para as quais a atenção individual está voltada, ou melhor, aqueles valores e experiências que, para o próprio indivíduo, são de fundamental importância para a construção de seu destino.

Tudo ficaria embasado no seguinte adágio, vislumbrado pela própria teoria: “diga-me como vês, que eu te direi quem és”.

Vemos, assim, pelo rumo que os estudos e as pesquisas estão tomando, como é de capital importância o entendimento dos processos da cognição para compreender melhor os comportamentos humanos – e a contribuição que a Astrocaracterologia pode dar a este tema, se tornando um grandioso instrumental para pedagogos, psicólogos, profissionais da área de Recursos Humanos e para os próprios astrólogos.

A ASTROCARACTEROLOGIA:
uma teoria astrológica de natureza cognitiva

Ao investigar o histórico e o passado do saber astrológico com um espírito altamente detetivesco, emendando pistas de natureza metafísica, cosmológica, antropológica e pedagógica que atualmente se encontram dispersas e até mesmo esfaceladas, a Astrocaracterologia verificou que este saber estava - e está - indissociavelmente ligado a certos padrões de percepção individual, traduzindo e revelando a concepção que o indivíduo tem de si e do mundo, tanto do ponto de vista propriamente intelectivo, quanto afetivo e volitivo.

Por isso, pela sua própria natureza, a Astrocaracterologia é uma Teoria da Cognição Humana muito particular, cuja estrutura é astrológica. E por ser isto mesmo, ela tem concepções próprias, métodos, práticas e campos de investigação bem diferentes daqueles propostos pelos diagnósticos astrológicos vigentes. Por isso, a sua devida utilização implica no conhecimento de todos estes conhecimentos que lhe serviram de pano de fundo e de onde ela se ergueu, sem os quais a sua técnica se torna incompreensível e inadequada, senão impossível. Por isso, qualquer aplicabilidade desta teoria depende da compreensão do arcabouço da mesma, sem o qual qualquer dedução é delírio e qualquer imediatismo um problema.

É claro que, diante da complexidade desta teoria, na qual alguns pesquisadores trabalham até hoje, não se poderia esperar que um simples resumo como este viesse a ilustrar a grandeza desta obra e a lhe fazer jus. Seria ingenuidade. Minha intenção, antes de mais nada, é a de apresentar e divulgar a existência de um trabalho que vem sendo construído anos a fio, e isto não só porque o assunto é apaixonante mas também porque ele se mostra extremamente importante na compreensão do quanto a esfera cognitiva engloba e emoldura a vida psíquica, ou melhor, do quanto o campo de atenção do sujeito é capaz de determinar os seus comportamentos, a sua conduta e o rumo da sua biografia. Ademais, divulgo este trabalho porque ele é o testemunho de que o saber astrológico pode, deve – e já está – sendo tratado de uma maneira bastante rigorosa, contrastando em muito com a abordagem superficial e leviana que habitualmente lhe é dada, e que impede que a sociedade reconheça o seu valor e dele faça um justo uso.

Se a divulgação deste trabalho contribuir para que o tema astrológico deixe de ser visto como mais uma opção de divertimento e devaneio e possa ser encarado com um campo de estudo fértil na compreensão do Homem e do Mundo, creio que fiz a minha parte.


três noções básicas

A Astrocaracterologia está fundamentada em diversas noções, sem as quais o seu arcabouço se torna completamente incompreensível. No entanto, para que se tenha uma breve idéia do que possa ser a sua técnica e a sua aplicação, três de suas noções precisam ser explicadas:

· o caráter e as direções da atenção
· as faculdades cognitivas
· a análise biográfica

É o que pretendo fazer a partir de agora.

O CARÁTER E AS DIREÇÕES DA ATENÇÃO

por uma psicologia do futuro

A vida só pode ser compreendida olhando-se para trás: mas só pode ser vivida olhando-se para a frente.
Soren Kierkegaard

Se bem que a “ciência da alma” tenha atingido a idade respeitável de aproximadamente 2500 anos, diversas razões contribuíram para que ela não alcançasse o desenvolvimento e o status já alcançado por outras disciplinas. Uma delas é que, desde o início, esta ciência se dividiu em duas correntes que só muito recentemente começaram a se juntar:
1) uma delas, que cedo tomou o nome de Psicologia, se ocupou em descrever e retratar o funcionamento da psique através dos fenômenos da atenção e percepção, bem como os estados emocionais e como todas as suas alterações se processam e dialogam, e como este diálogo pode ser imprevistamente rompido e apresentar distúrbios, tentando assim delinear a verdadeira arquitetura da alma em todos os seus pavimentos insuspeitos, com toda a sua rede de encanamentos e fiações, e que sustentam toda a pessoa;

2) a outra, que só recentemente se organizou e se sistematizou sob o nome de Caracterologia, sempre se ocupou em conhecer as características pelas quais um ou outro indivíduo pode ser reconhecido e identificado, tentando assim conceber um retrato da diferença e da singularidade humana e dos fatores responsáveis por tal diferenciação.

Apesar destas duas abordagens terem caminhado relativamente separadas ao longo de séculos e terem, por isso mesmo, se esbarrado uma na outra, uma pergunta um dia se impôs – e que configura a pergunta feita na atualidade: é possível que haja na própria arquitetura da psique algum componente que responda pela diferença e pela singularidade humana? Será que este componente impõem a psique outras exigências? Há mesmo algum componente da psique que seja responsável não tão somente pela formação da identidade mas também pelo bom ou mal funcionamento dela própria? Há mesmo alguma relação ou diálogo entre o funcionamento da psique e a estrutura da personalidade, de modo que a partir daí pudéssemos compreender melhor o desenvolvimento psicológico do ser humano?

Gordon W. Allport[2] (1950) introduz esta discussão explicando que os nossos impulsos, desejos e necessidades representam exigências urgentes de redução de tensão que precisam ser satisfeitas, encontrando assim um prumo e um equilíbrio para forças que configuram, sim, motivos psicológicos bastante reais. Estes motivos seriam denominados motivos de déficit. Eles exigem que a tensão seja imediatamente eliminada, restaurando o equilíbrio perdido. No entanto, Allport adverte que por mais que busquemos satisfação para motivos desta natureza e por mais que queiramos estabilidade, há outros motivos que também geram tensão e que colocam o indivíduo em constante instabilidade - mas frente aos quais ele nunca tem uma satisfação imediata e, nem por isso, esmorece, assumindo-os inclusive até o limite do insuportável.

Allport se pergunta: por que há motivações que nos deixam extremamente abalados quando não são imediatamente satisfeitas enquanto a insatisfação ocasionada por outras motivações nunca é suficiente para nos abalar? Para este notável psicólogo, isto só ocorre porque existem motivos de duas ordens: os motivos de déficit e os motivos que ele chama de motivos de crescimento. Estes, ao contrário dos motivos de déficit, mantêm a tensão no interesse de objetivos distantes e muitas vezes inatingíveis, porém suficientes para merecerem a atenção do sujeito - e isto porque eles traduzem os valores que foram livremente escolhidos e aceitos pelo próprio indivíduo.

É desse modo que Allport explica a influência que os ideais e os valores exercem sobre o processo de desenvolvimento psicológico, dando inclusive uma pista para o que seja o seu bom ou mal funcionamento. No entanto, ele esclarece que estes fatores são os extremos cobiçados por nossas intenções, e que nunca os atingiremos completamente. Alguns autores consideram este ponto de suma importância. Jung, por exemplo, define a personalidade em termos do estágio ideal de integração a que o indivíduo tende. Personalidade não seria então o que alguém possui, mas o resultado projetado do seu crescimento. Spranger também considera o caráter de um indivíduo em termos de sua aproximação a um tipo ideal. De qualquer modo, o que se revela importante é a orientação e a posição que o indivíduo toma perante um futuro que pretende atingir, por maiores que sejam as tensões que daí advenham.

Para Allport, os fatores mais elementares e importantes ao desenvolvimento psicológico são estas amplas disposições intencionais que apontam para o futuro, e que submetem a vitalidade psicológica a uma rede de significados. Para empregar um termo da filosofia medieval, esta situação representa a intencionalidade da pessoa. Como tal, ela seleciona, atrai, guia e inibe estímulos de outra ordem, dirigindo todos estes impulsos em outra direção, e cujo trajeto significa a conquista da própria maturidade psicológica.

Percebemos que isto ocorre quando o indivíduo é dominado por impulsos ou por pressões circunstanciais: numa situação como esta, ele perde a integridade que provém unicamente do fato de conseguir manter direções principais de esforço. Ademais, a posse de objetivos de longo alcance, considerados como centrais à existência pessoal, distingue o ser humano do animal, o adulto da criança e, em muitos casos, a pessoa sadia da doente. E, para Allport, todo esforço refere-se sempre ao futuro. Na realidade, a grande maioria dos estados psicológicos só podem ser adequadamente descritos em termos de futuridade pois somente assim compreendemos a que o indivíduo subordina livremente a sua vida. Esta situação exige, para a sua própria compreensão, um tipo de psicologia que transcenda a tendência que prevalece ainda hoje em explicar os estados psicológicos unicamente em função de acontecimentos passados. Afinal, enquanto a Psicologia quase só se preocupa em investigar o passado histórico do indivíduo, parece que ele procura guiar a sua vida em razão de um futuro.

a natureza do caráter
Respeita a ti mesmo, e terás um caráter nobre.
Pitágoras

Um dos fatores mais elementares para o bom funcionamento da psique e que nos coloca na condição de fundar uma verdadeira psicologia do futuro é chamado de caráter. Ele é definido por Ludwig Klages[3], pai da Caracterologia, como "uma unidade viva, ou a qualidade distintiva essencial de uma alma individual. Afinal, todo homem é dotado de uma alma mas possui, além disso, um espírito, quer dizer: ele é um eu ou um si. Por isso, num sentido muito específico, o caráter é a qualidade da vontade pessoal, assinalando condições constantes que revelam uma certa direção preferencial de um eu ou de uma consciência - o que determina, portanto, entre outras coisas, as metas às quais alguém se sente impelido".

Sendo assim, e seguindo uma idéia de Henri Wallon, é essa camada da personalidade chamada de caráter que acaba explicando porque é que, na presença das mesmas circunstâncias, dois indivíduos que dispõem da mesma educação familiar, da mesma influência social e até mesmo de capacidades idênticas reagem de modo completamente diferentes: afinal, cada um tem uma maneira distinta de interpretar a situação ao redor e de reagir a ela, e isto porque cada um observa, valoriza e reage à situação de um modo que lhe é muito próprio.

É o caráter, então, que vem a dar um diferencial à personalidade, fazendo com que cada pessoa venha a viver sua vida e a escrever sua história de uma maneira que lhe é muito peculiar. Se tomamos o termo caráter[4] em sua acepção etimológica, seremos forçados a considerar que toda marca que porventura uma pessoa venha a deixar na vida foi fruto do seu esforço pessoal, isto é, foi fruto da tentativa de reunir tudo o que conhece e o que desconhece de si para atingir uma meta que tenha se proposto. Afinal, existe dentre de todos nós, sob o amontoado de confusões, uma unidade viva que incessantemente não deixa de murmurar certas sugestões que deveríamos escutar e acatar, já que elas são a expressão máxima da nossa realização pessoal, isto é, do nosso destino, da única tarefa que nos cabe.

Para Allport, esta unidade pode ser representada por um foco que confere certo sentido de importância a algumas experiências e relega as restantes a condições secundárias, que no entanto o indivíduo também pode vivenciar tão logo haja oportunidade ou tão logo a pressão circunstancial o obrigue. No entanto, não podemos fechar os olhos ao fato de que os problemas da vida reclamam escolha e sistematização segundo a relativa importância de cada um – mas não tão somente tendo em vista o momento que estamos atravessando e vivendo e, sim, os nossos valores mais soberanos. Estes, sim, exigem um planejamento e uma orientação a longo prazo. Estes, sim, revelam um centro de referência, diante do qual toda a nossa conduta e atitude se posta e se auto-refere.

Vemos, assim, que o termo caráter concentra-se sobretudo no aspecto a longo prazo de nossa experiência emocional. E que ele se revela pela capacidade de adiar uma satisfação em troca de um bem futuro. E isto porque, da confusão de sentimentos em que todos estamos mergulhados, procuramos salvar e manter alguns – e isto porque estes “sentimentos” expressam os nossos valores mais caros. São estes sentimentos “altamente valorizados” que sustentam a nossa alma e que dão feitio e forma a nossa pessoa.

Este psicólogo ainda acrescenta que estes “sentimentos altamente valorizados” não são infinitos em número: são poucos. E que eles são diferentes para cada pessoa. Uma situação como esta deveria estimular os profissionais envolvidos com psicodiagnósticos a seguirem uma linha de pesquisa em que finalmente se conseguisse constatar estas unidades fundamentais ao desenvolvimento psicológico. Para tal, seria necessário pelo menos supor a existência de alguns sentimentos e valores humanos que fossem soberanos, e que representassem os possíveis focos e as possíveis direções da atenção individual, verificando depois – é claro - o quanto que estes focos e estas perspectivas foram fundamentais para determinar o comportamento dos indivíduos e sua história.

E é neste sentido que percebemos que o sistema astrológico se mostra altamente inspirador.

As direções da atenção

Nosso olhar dirige a realidade para onde bem entende.
Adolfo Bioy Casares

O sistema astrológico é, querendo ou não, uma espécie de catálogo que tenta abarcar certas experiências humanas que são consideradas fundamentais. E se aprofundarmos nossos estudos e analisarmos mais de perto um dos componentes desse sistema, o sistema das Casas Astrológicas, perceberemos que ele descreve exatamente a perspectiva que se abre entre o sujeito nascido e o mundo em torno, isto é, entre um posto de observação e a esfera celeste, demarcando um certo campo de atenção.

A hipótese que ora fizemos é de que o sistema das Casas Astrológicas descreve os possíveis campos de atenção individual ou as perspectivas humanas soberanas, através das quais tudo seria percebido, sentido e até mesmo alterado. É claro que, tendo feito tal hipótese, tivemos que verificá-la logo em seguida, através de um método que chamamos de “análise biográfica”, do qual falarei num capítulo adiante. No entanto, o que cabe agora perguntar é que perspectivas fundamentais seriam estas que os seres humanos podem ter da vida, tendo por base o sistema das Casas Astrológicas. Afinal, quais seriam estas perspectivas fundamentais com que cada indivíduo, a sua maneira, vê o mundo e procura se orientar?

CASA 1
sob a perspectiva da identidade
caracteriza o indivíduo de VIÉS PERSONALÍSTICO
se mobiliza[5] pela imagem que tudo passa e projeta

CASA 2
sob a perspectiva da vitalidade
caracteriza o indivíduo de VIÉS SENSORIAL
se mobiliza pela condição física e material das circunstâncias

CASA 3
sob a perspectiva da comunicabilidade
caracteriza o indivíduo de VIÉS LINGÜÍSTICO
se mobiliza pelas idéias explicitadas e ainda implícitas

CASA 4
sob a perspectiva da interioridade
caracteriza o indivíduo de VIÉS EMOCIONAL
se mobiliza pelas exigências e pressões emocionais

CASA 5
sob a perspectiva da capacidade
caracteriza o indivíduo de VIÉS VOCACIONAL
se mobiliza pelo desempenho e mérito próprios

CASA 6
sob a perspectiva da organicidade
caracteriza o indivíduo de VIÉS SISTÊMICO
se mobiliza pelo todo esquematizado e o seu funcionamento equilibrado

CASA 7
sob a perspectiva da alteridade
caracteriza o indivíduo de VIÉS INTERPESSOAL
se mobiliza pela reciprocidade e pelos níveis de relacionamento

CASA 8
sob a perspectiva da adversidade
caracteriza o indivíduo de VIÉS TRANSFORMADOR
se mobiliza por processos que gerem mudanças e alterações

CASA 9
sob a perspectiva da universalidade
caracteriza o indivíduo de VIÉS LEGISLATIVO
se mobiliza por princípios e regras gerais que gerem certezas e orientem

CASA 10
sob a perspectiva da coletividade
caracteriza o indivíduo de VIÉS SOCIAL
se mobiliza pelas exigências e pressões sociais

CASA 11
sob a perspectiva da posteridade
caracteriza o indivíduo de VIÉS PROJETIVO
se mobiliza pelas perspectivas futuras e pelo projeto a realizar

CASA 12
sob a perspectiva da finalidade
caracteriza o indivíduo de VIÉS MACROSCÓPICO
se mobiliza por forças maiores que determinam o fim e o rumo de tudo

Do ponto de vista técnico, estas perspectivas se tornariam determinantes para cada indivíduo à medida que um ou outro planeta estivesse disposto numa dessas Casas do seu mapa natal, configurando assim os focos naturais da sua atenção – o que conferiria um certo sentido de importância a algumas experiências e relegaria as outras a um plano ocasional e secundário.

No entanto, convém explicar que a associação que ora fizemos entre direções da atenção & Casas Astrológicas não foi meramente gratuita, mas está baseada no fato de que na Idade Média os planetas celestes já eram associados àquilo que os árabes chamavam de potências da alma: certas disposições da psique que determinam o seu funcionamento. Por isso, se levarmos em consideração de que a Astrologia, por esta época, já associava os planetas a certas funções psicológicas, e se procurarmos entender a natureza dessas funções, perceberemos que parte do seu funcionamento fica condicionado em agir em certas direções e não em outras, revelando que cada função psicológica tem, sim, uma direção que lhe é preferencial – sendo estas direções exatamente aquelas que se encontram retratadas pelas Casas Astrológicas.

Uma das maneiras de fazer entender esta situação é relembrando a explicação que o próprio Klages dá sobre propriedades do caráter. Para tal, ele usa como exemplo um traço de caráter que normalmente empregamos para distinguir os indivíduos: a honestidade. Afinal, há indivíduos que são honestos, enquanto outros, não. Klages, entretanto, vai mais fundo e adverte que a honestidade não é propriamente um traço de caráter visto que ela é somente a manifestação mais superficial de um valor perante o qual a consciência do indivíduo se posiciona.

Se analisarmos a situação por este prisma proposto por Klages, veremos que, de fato, a honestidade se diferencia para cada sujeito pois cada um se coloca perante a esta condição por causa de um valor: afinal, há indivíduos que são honestos porque têm senso de veracidade, enquanto outros assim o são porque desejam se mostrar sob o seu melhor aspecto, enquanto outros já temem as conseqüências da desonestidade e tem pavor do código penal. Uma avaliação como está nos mostra que por detrás das qualidades e dos adjetivos com que costumamos caracterizar as pessoas, há sempre um valor onde estes repousam. E que estes valores de fundo e supremos podem - e estão - associados às Casas Astrológicas, tal como verificamos pelo método da análise biográfica.

AS FACULDADES COGNITIVAS

Se a Astrocaracterologia partiu para a construção do seu projeto teórico da noção de potências da alma, torna-se extremamente importante explicá-la. Para isso, será necessário lembrar que foi pelo fim da Idade Média - séc. XIII – que um conhecimento de tal natureza deu mostras do longo e proveitoso amadurecimento por que vinha atravessando e que, como uma árvore que atinge o seu objetivo ao desenvolver frutos, deixou-nos como legado dois estudos importantíssimos que, desde já, se tornam indispensáveis para compreender a concepção que se tinha da inserção do Homem dentro do Cosmos – e também para vislumbrar quais teriam sido os critérios com que se poderia realizar uma interpretação astrológica.

O primeiro estudo se refere aos tratados do escolástico Alberto Magno (1260) sobre o funcionamento da alma humana que, segundo este, se dava e se articulava em sete funções distintas (chamadas de faculdades cognitivas[6]), e que descreviam os modos com que o indivíduo percebia, sentia e lidava com as circunstâncias aos seu redor. O segundo estudo se refere aos tratados do filósofo árabe Mohieddin Ibn’Arabi (1230), que associava certas “potências da alma” a alguns planetas celestes[7]. Apesar destes dois autores nunca terem dialogado entre si, vemos que as afirmações que ambos fazem sobre as funções psicológicas são as mesmas, se tornando então extremamente importantes para deslindar e compreender a natureza simbólica dos Planetas Astrológicos.

No entanto, não podemos fazer vistas grossas a recente contribuição dada pela psicologia da cognição que, durante toda a sua existência, contribuiu em muito para esclarecer as atribuições de cada uma dessas faculdades, revelando o papel delas na integração da personalidade do indivíduo. O quadro de correspondência abaixo tenta ilustrar todo esse conhecimento que assim pode ser resumido e sintetizado:

Astros celestes & Faculdades cognitivas

SOL = INTUIÇÃO
percepção imediata que o sujeito tem de determinado dado tão logo este se apresente

LUA = SENTIMENTO
alteração emocional – ora agradável, ora desagradável - que o dado provoca no sujeito

MERCÚRIO = PENSAMENTO
associação que o sujeito faz do dado com outros dados já conhecidos

VÊNUS = FANTASIA
imaginação das infinitas possibilidades que o dado permite e oferece, vislumbradas pelo sujeito

MARTE = ESTIMATIVA
reação instintiva que o sujeito tem perante o poder de ação do dado

JÚPITER = VONTADE
expressão da liberdade que o sujeito se dá perante o dado, moldando-o de acordo com sua vontade

SATURNO = RAZÃO
formulação de regras e leis que o sujeito constrói a partir dos dados obtidos pelas demais faculdades, e com as quais compõe o seu entendimento de mundo
 

É tendo em vista a disposição destes 7 Planetas em quaisquer uma das 12 Casas Astrológicas que conseguimos diagnosticar o funcionamento da psique, percebendo exatamente em quê direção cada uma das suas faculdades está voltada. Diante de um diagnóstico como este, percebemos não só as perspectivas que particularmente o indivíduo nutre e vislumbra sobre tudo o que o cerca mas também as coordenadas de ação que ele procurará tomar ao longo de toda a sua vida visto que, por considerar tudo por estes ângulos, ele acabará traçando o seu caminho da maneira que estes lhe indicaram, construindo o seu destino de um modo e não de outro, ou melhor: conforme a sua própria consciência disse.


persona est substantia individua rationalis naturae
Boécio


Vemos, assim, que alguns padrões astrológicos representam as diversas faculdades psicológicas, cuja interação é responsável pela integração da própria personalidade e também pela edificação do próprio destino, visto que são elas quem determinam que a vida seja conduzida de um modo e numa direção que lhe é preferencial. Afinal, por sermos o que somos, isto é, por sermos uma alma dotada de espírito e de intenção, temos coordenadas de ação muito específicas que, mal ou bem, traduzem as metas às quais nos sentimos impelidos.

É por isto que não podemos ser explicados unica e exclusivamente pelo nosso passado, isto é, por informações reprimidas no nosso inconsciente, visto que podemos ter uma melhor compreensão de nós mesmos pelo nosso futuro, ou melhor, pela intenção que a nossa psique demonstra em realizar um projeto de vida muito peculiar – projeto, este, que ela vislumbra e constrói através da interação das suas faculdades intelectivas, afetivas e volitivas, que são responsáveis pelos nossos pensamentos, sentimentos e ações.

No entanto, ao vislumbrarmos esse projeto de vida dentro de nossa mente, boa parte do quadro de referência que fomos construindo ao longo da nossa existência é imediatamente requisitado para analisá-lo e julgá-lo, de modo que todos os nossos conceitos, idéias, valores e pensamentos são postos em ação com a intenção de determinar cada vez mais nitidamente o perfil e o contorno deste projeto, dando forma a algo que porventura se mantinha nebuloso e informe.

Imaginem, pois, o desastre que é caso todo este império intelectual esteja cheio de noções distorcidas, ou cheio de lacunas: a psique não vai encontrar as condições necessárias para analisar e julgar este projeto de vida e, diante desta situação, ele pode acabar continuando nebuloso e informe – ou até mesmo cada vez mais deformado.

Compreendemos, assim, o quanto que o exercício da faculdade da razão é fundamental para a compreensão e construção deste projeto de vida e o quanto que o desenvolvimento desta faculdade psicológica é essencial para a integração da própria personalidade pois é através desta que o indivíduo consegue ter a medida a si mesmo com relação a tudo que o cerca. Sem esta, ou sem o exercício desta, o indivíduo não consegue sequer interpretar a diversidade e a variedade da vida e tampouco construir um quadro de referência mais rico, que lhe permita identificar uma razão e um sentido para tudo o que vem vivendo.

Esta é, aliás, a proposta mais fundamental da Astrocaracterologia: de que cada indivíduo tem um tipo específico de inteligência racional, cabendo-lhe a tarefa de desenvolvê-la e ampliá-la, sob o preço de continuar confuso e desorientado caso assim não aja, visto que este é um problema que se forma – e se resolve – na esfera da inteligência, muito embora ele recaia sobre todas as outras esferas da nossa vida.

Daí ser importante diagnosticar qual o nosso tipo específico de inteligência racional[8], que questões ou problemas podemos ter em nossa mente e como eles precisam ser tratados. E uma das maneiras de avaliarmos o tamanho e a dimensão desta problema é através da análise biográfica, que inclusive nos permite descobrir para que direções estão voltadas as outras faculdades cognitivas, a saber, o nosso sentimento, a nossa intuição, a nossa vontade e etc.


Compreender um drama é a mesma operação mental que compreender uma existência, uma biografia, um homem: é obrigar o pássaro a voltar para seu ovo, a planta para a sua semente, e constituir toda a gênese do ser em questão. A arte não é senão o ato de por em relevo o pensamento obscuro da natureza; é a simplificação das linhas e o desprendimento dos grupos invisíveis. O fogo da inspiração faz ressaltarem os desenhos traçados a tinta simpática: o misterioso torna-se evidente, o confuso tona-se claro, o complicado torna-se simples, o fortuito torna-se necessário. Em uma palavra, a arte revela a natureza traduzindo as suas intenções e formulando as suas vontades – o ideal. Cada ideal é a solução de um grande enigma. O grande artista é um simplificador.
Henry Amiel


Se levarmos em consideração as observações do psicólogo Peruano Honório Delgado[9] sobre a vida humana, atentaríamos para o fato de que há três maneiras de se conhecer um indivíduo:

· pela sua presença e pelo seu modo de ser, sempre de difícil tradução, mas que só poderiam ser captados por alguém que o conhecesse diretamente;
· pelas peculiaridades dos atos tomados em um ou outro momento e que expressam a tentativa de resolver certos impasses que a vida apresenta a todo e qualquer ser humano;
· por certa linha de continuidade que ele foi imprimindo a própria vida, ou melhor, pela fisionomia e pelo contorno que uma vida toma por estar submetida a realização de um projeto existencial.

Para o psicólogo peruano, a fórmula máxima com que se poderia conhecer uma pessoa é aquela expressa pelo terceiro item, a que ele dá o nome de biografia. Esta seria não somente a fonte mais preciosa mas também o único acesso para um contato realmente revelador, suscetível de dar vislumbres sobre o que há de mais característico e singular num indivíduo.

Não podemos nos esquecer também que a biografia é definida como "o desenho, a grafia da vida". E isto porque cada vida humana toma um desenho, uma forma; sendo tal forma descrita por uma equação que sintetiza as maneiras soberanas como um indivíduo viveu e experimentou tudo que se colocou a sua frente, e que expressam a sua tentativa de agir de acordo com a sua consciência e a sua vontade. Se soubermos analisar uma vida através desta dimensão biográfica e detectarmos as coordenadas preferenciais da ação individual, estaremos não só descobrindo os fundamentos em que o sujeito pavimenta a sua existência como também as Casas Astrológicas em que estes sete planetas se distribuem.

Este é, na realidade, o método de que nos utilizamos para verificar a hipótese levantada: de que a estrutura do mapa astrocaracterológico expressa uma estrutura cognitiva que se torna plenamente demonstrável ao ver vista numa dimensão biográfica. Mas, para esclarecer tal método, precisarei exemplificar:


1. Fernando Pessoa teve toda uma vida desenhada na direção de salvar a sua pátria da grande derrocada histórica em que havia entrado. Disse que faria isto através da escrita. Para tal, multiplicou-se em vários poetas pois, para fazer frente à nação, teria que se tornar vários, pois - parece - que nada podia um único indivíduo contra a coletividade. Além disso, ele se dizia o homem com a maior alma portuguesa que havia conhecido – muito embora se vestisse como um lorde inglês, herança do período de juventude em que viveu em Durban, colônia inglesa. Mas... como podia se dizer autenticamente português se portava-se como um inglês?

 
2. Oscar Wilde teve toda a sua biografia quase que absorvida por um inesquecível episódio: foi preso na Inglaterra sob a acusação de homossexualidade. Uma prisão que muitos dos seus contemporâneos diziam que poderia ter evitado. No entanto, não evitou. E por quê? Por que, de acordo com a filosofia da sua mãe irlandesa, um verdadeiro irlandês jamais se deixaria abater e se humilhar por uma ofensa feita por ingleses em próprio território inglês e que, independentemente da veracidade da acusação, o filho teria de levar esse julgamento até o fim, assumindo a sua condição de irlandês – daquele que jamais se curva, ainda mais perante a um inglês. Ou seja: a mãe incentivou o filho a assumir e a ser representante de uma nação. Além disso, Oscar Wilde é considerado também um dos maiores críticos da sociedade inglesa, muito embora fizesse de tudo para participar e desfrutar da mesma, demonstrando uma atitude contraditória perante esta questão.


3. Adolph Hitler teve toda a sua trajetória de vida voltada para se adequar ao papel que o Estado Alemão necessitava, ou seja, a de um porta-voz que levasse a Alemanha a categoria de império - o que seria feito, inclusive, através de purificação cada vez mais crescente da raça ariana, caracterizada como a autêntica expressão da nação germânica. Ademais, Hitler é conhecido como um dos homens mais poderosos que o mundo já conheceu, muito embora ele confidenciasse, no início de sua carreira, que não se sentia com poder algum.

O que percebemos nestes três casos ? O primeiro fez de tudo para levantar e polir a imagem de uma nação já transfigurada do seu brilho anterior; o segundo afundou-se por conta de ter se investido como representante de uma nação; o terceiro afundou praticamente quase todo o mundo por conta de ter levado até a última instância a soberania de uma nação e de uma raça sobre as outras. Três vidas completamente diferentes – cujo desenho tem, no entanto, a mesma forma, isto é, se afunila em torno do tema hierárquico e social ou, dito de outra forma, em torno do tema do poder.

Uma pergunta, então: quem são estas pessoas que, ao longo da vida, tomam decisões justamente por conta do seu papel dentro da sociedade? Quem são estas pessoas que sempre mudam o rumo e a direção da própria vida por conta do poder vigente e por conta do próprio papel social? E mais: quem são estas pessoas cujo desnível ou cuja deformidade biográfica é determinada por uma experiência de natureza hierárquica, revelando uma grande contradição que o indivíduo assume com relação a este tema? Afinal, há tantas hipóteses e forças em jogo na estruturação da personalidade que levariam um ser humano a agir desta maneira, não? No entanto, é curioso notar que, no caso destes três exemplos comentados brevemente, todos tinham o planeta Saturno no ápice do seu percurso no céu: na Casa Dez.

Seria apenas uma coincidência? Pelos estudos e investigações que empreendemos, estamos convencidos que não. Afinal, em todas estas biografias, testemunhamos a razão humana se deparando com as exigências e pressões sociais, ora montando saídas e alternativas para problemas desta natureza, ora se encontrando detido e amarrado por elas próprias – como se fosse um tiro pela culatra. Ou como Édipo, que não sabia que ele próprio era o autor da própria desgraça.

O propósito mesmo da análise biográfica - que vê a vida inteira do sujeito como conseqüência de uma ótica particular que a abarca e determina - é detectar a sua cosmovisão pessoal, ou melhor, as perspectivas muito pessoais que ele nutre sobre a vida. Aliás, a premissa fundamental do que está sendo exposto é exatamente esta: tudo o que vivemos e experimentamos está diretamente ligado a nossa ótica pessoal, a nossa perspectiva de vida, seja esta clara ou obscura.


A reabsorção das circunstâncias é o destino concreto do homem.
Ortega Y Gasset


Devemos lembrar que o indivíduo do qual a Astrocaracterologia fala é um indivíduo abstrato, ideal, e não um indivíduo de carne e osso. Ele representa o modelo ou a figura sonhados por alguém, aquilo que se torna o objeto da sua mais alta ambição espiritual e afetiva. Por isso, jamais poderemos dizer que o mapa astrocaracterológico descreve o que somos mas, sim, o que pretendemos ser - e isto se nos esforçarmos para tal ou se tivermos, digamos, sorte. Afinal, a força dos acontecimentos pode ser muito mais forte do que a nossa determinação caracterológica.

Vemos, assim, que esta determinação de base e inata nem sempre se torna a expressão final e literal de uma vida e de um destino humano. Isto só acontece em casos muito privilegiados, em que o indivíduo:

· se torna o autor dos acontecimentos, pela força da sua vontade;
· é auxiliado pelas circunstâncias momentâneas e históricas;
· é auxiliado pela sorte.

Desse modo, entre aquilo que é ditado pela própria natureza e as circunstâncias pode se estabelecer tanto uma zona de atrito como de harmonia, sendo que a boa ou má adaptação talvez dependa também de características que já estejam ditadas na própria natureza. Deve-se, portanto, encontrar um encaixe entre as circunstâncias externas e a forma individual interna; deve-se encontrar uma resolução dialética entre o que se é e as circunstâncias, sendo um destino a resultante de ambos fatores.

O curioso é que, mesmo às cegas, estamos tentando construir a nossa vida e escrever a nossa história tal como exige nossa determinação caracterológica. Neste sentido, o pleno sucesso deste empreendimento talvez esteja baseado numa consciência redobrada que o indivíduo tenha de si mesmo, isto é , do seu caráter, do seu projeto de vida e de todos os alicerces que o sustentam.

Daí a importância e o valor do diagnóstico astrocaracterológico.



BIBLIOGRAFIA:

[1] O CARÁTER COMO FORMA PURA DA PERSONALIDADE , Olavo de Carvalho, Ed. Astrocientia, 1992
[2] PERSONALIDADE, PADRÕES E DESENVOLVIMENTO, Gordon Allport, Ed Herder, 1969
[3] LE DIAGNOSTIC DU CARACTÉRE, Ludwig Klages, PUF, Bibliotheque Scientifique Internationale, 1949
[4] do vocábulo grego charakter, que significa impressão, gravação; do verbo grego charassein, designando o ato de agudizar, riscar, esculpir, o que se aplicava a princípio a todo signo (de escrita, astronômico), sendo utilizado depois para designar coisas muito especiais. Representa, portanto, signos distintivos mas que geralmente parecem ter vida própria e uma certa importância mágica. Isto nos conduz, por graus, ao emprego atual desta palavra: cunho, marca, especificidade; propriedade ou qualidade inerente a um ente e que o distingue dos demais; a forma específica de cada coisa
[5] se mobiliza tanto intelectualmente quanto afetivamente ou volitivamente, dependendo da natureza do planeta aí localizado.
[6] PSICOLOGIA DA ATIVIDADE SEGUNDO ALBERTO MAGNO, Padre Michaud- Quantin (tradução pessoal de Joel Nunes dos Santos)
[7] ALQUIMIA DA FELICIDADE PERFEITA, Mohieddin Ibn’ Arabi, Ed. Landy, 2002
[8] A inteligência racional é demarcada pela casa astrológica em que o planeta Saturno se encontra.
[9] DE LA CULTURA Y SUS ARTIFICES, de Honório Delgado, Aguilar, 1961

2 comentários:

Silvia Garcia disse...

ola Edil.. muito bom o conteúdo de seu blog..
amei..

como esta voce?
mudei um tanto minha área..
Fiz teologia e sigo dando aulas de pilates e yoga..
abraços carinhosos

Silvia Garcia disse...

ola.. edil, eu não compreendi como colar as posições astrais em meu blog.. pode me explicar?
bjs